A Assembléia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), aprovou por unanimidade o pedido de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação para Santa Catarina. O evento foi terça-feira (22), no Palais Brongniart, quando foi apresentada pelas autoridades catarinenses a resolução número 21.
A comitiva catarinense que acompanhou a leitura do relatório pela comissão técnica da OIE, comemorou o esforço de mais de 15 anos, que envolveu governos, produtores e indústria. Tão logo soube do resultado, o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Antônio Ceron, ligou para o Brasil dando a notícia. SC passa a ser o único Estado da América Latina com o status conquistado ontem em Paris.
O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, Wolmir de Souza, disse que o plenário aplaudiu em pé a decisão e recebeu cumprimentos. O suinocultor Clair Dariva, de Chapecó, vibrou com a notícia. Ele espera que, mesmo antes das vendas para a Europa, o preço do suíno vai melhorar. Atualmente, o custo é de R$ 1,87 por quilo e os produtores estão recebendo R$ 1,55 (R$ 1,64 com a tipificação). Dariva diminui o número de matrizes (reprodutoras) de 500 para 400. Caso o preço melhore, acaba o espaço ocioso.
O Certificado de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação habilita Santa Catarina a vender seu produto para qualquer país do mundo. Por isso, o esforço conjunto e investimento na busca da certificação. Souza disse que houve um trabalho de vários governos. Os deputados e ex-secretários da Agricultura, Odacir Zonta, Moacir Sopelsa e Felipe da Luz, também acompanharam a decisão em Paris. Eles resistiram a pressão de setores que queriam a volta da vacinação.
Os produtores fizeram o sacrifício e Santa Catarina resistiu, enquanto pipocavam focos de aftosa no Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Paraguai e Argentina.
Barreiras foram montadas, ampliadas e muita carne inutilizada, na busca da certificação. Até o Exército foi convocado em duas oportunidades, para fiscalizar a fronteira com a Argentina e a divisa com o Paraná. No ano passado, as agroindústrias auxiliaram com um pacote de R$ 20 milhões para a contratação de 119 veterinários, 119 auxiliares e 119 veículos, através o Instituto Catarinense de Sanidade (Icasa).
A Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), contratou mais 41 veterinários. Amostras de 11 mil bovinos foram coletadas para comprovar que SC era livre de aftosa. E o Ministério da Agricultura intermediou o pedido junto a OIE.
Estamos contentes pois a nossa carne foi reconhecida como de primeiro mundo – disse Ceron.
Só que o trabalho agora é manter o status e realizar outras melhorias necessárias.O governador Luiz Henrique da Silveira viaja hoje a Paris, para receber o certificado da OIE, na sexta-feira.