A crise financeira dos hospitais públicos de Lages foi discutida a portas fechadas, em reunião na quarta-feira (10/10), na Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures). Prefeitos, secretários municipais de Saúde e representante da 15ª Regional de Saúde, analisaram de forma exaustiva a crise e decidiram formar uma comissão que irá apurar com detalhes onde e como estão sendo aplicados os recursos.
A deliberação aconteceu em decorrência de uma planilha de custos apresentada pela direção do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, na última assembléia dos prefeitos em São José do Cerrito. Na ocasião foi feito um alerta de que para manter os atendimentos o hospital necessitaria de uma injeção mensal de R$ 200 mil dos municípios.
O presidente da Amures, Antônio Coelho Lopes Júnior descartou essa possibilidade. "Já operamos no limite das despesas com saúde e não há receita mágica para levantar R$ 200 mil. O que podemos fazer é prestar o apoio político e de articulação para ajudar a sanear o déficit, se é que ele existe. Mas, antes temos de ter um raio-x verdadeiro da situação", comentou Antônio Lopes Júnior.
O secretário de Saúde de Lages, Heron Anderson de Souza, se queixou de que Lages mantém investimentos acima do previsto nos hospitais. "Estamos preocupados e temos de compartilhar essa dificuldade em busca de solução", observou. A crise atinge inclusive os hospitais do interior.
Uma comissão foi montada para levantar a situação e buscar saídas à crise. Em cima de dados reais, a comissão vai rastrear a aplicação dos recursos. O receio dos prefeitos é que o dinheiro esteja sendo destinado incorretamente. "Os repasses do Estado estão sendo feitos e em dia", afirmou Sebastião Blévio Proença, da 15ª Regional de Saúde.
A crise financeira pode estar relacionada à má aplicação dos recursos. E isso a comissão dirá muito em breve.
