A POLÍCIA Federal prendeu, nesta quarta-feira, 44 suspeitos de participarem de um esquema de liberação irregular de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Conforme a PF, entre os presos estão 12 prefeitos, um juiz federal, nove advogados, quatro procuradores, quatro funcionários da Justiça, um gerente da Caixa Econômica Federal e um lobista. O prejuízo aos cofres públicos causado pela quadrilha é estimado em mais de R$ 200 milhões. Os nomes dos presos ainda não foram divulgados.
A Operação Pasárgada conta com cerca de 500 policiais que cumprem 50 mandados de prisão em Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal e 100 mandados de busca e apreensão. Além de agentes da Polícia Federal, participam das equipes 23 analistas de controle e finanças da Controladoria Geral da União (CGU).
Segundo informações da polícia, a quadrilha é formada por magistrados, prefeitos, advogados, procuradores municipais, assessores e lobistas. O esquema consistia em, a partir de decisões judiciais negociadas, repassar a verba federal a municípios em débito com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A polícia informou ainda que, durante as investigações, descobriu que os prefeitos contratavam, sem licitação, um escritório de advocacia, supostamente de um lobista. Ele oferecia vantagens a juízes e servidores da justiça para obter decisões favoráveis e, posteriormente, repartia seus honorários com os prefeitos que o contratava.
Os presos responderão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, advocacia administrativa, exploração de prestígio, fraude a licitação, quebra de sigilo de dados e lavagem de dinheiro, com penas que, somadas, podem chegar a 20 anos de reclusão.