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Raça Crioula Lageana terá pesquisa científica

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Pesquisas serão feitas para incentivar a diferenciação da carne da Crioula Lageana no mercado consumidor

     UMA RAÇA especial. Oferece carne, leite, pêlo e chifres da variedade aspado. A Crioula Lageana vai ganhar mais. Até final do mês se inicia um estudo próprio para fundamentar sua cadeia mercadológica. O projeto visa à avaliação físico-químico e sensorial da carne. Duas dissertações de mestrado ajudarão neste processo.
Foi o que se definiu no Dia de Campo realizado na sexta-feira (08/05), na fazenda Igrejinha, de propriedade de Nelson de Araújo Camargo, na localidade de Coxilha Rica. O presidente da Associação Brasileira de Criadores da Raça Crioula Lageana, Nelson Camargo, recebeu cada um dos visitantes no evento que foi marcado pelo reconhecimento oficial da raça, pelo Ministério da Agricultura.
Os investimentos na raça tendem a ganhar as raias da pesquisa em parceiras com a Embrapa, Epagri e algumas universidades. "O que temos de mostrar daqui para frente é que temos um produto diferente e merece atenção diferenciada do mercado. Como ocorre nos países mais desenvolvidos", disse Nelson Camargo.
Dentre as autoridades que prestigiaram o evento estavam o secretário de Estado da Agricultura, Antônio Ceron e o secretário do Desenvolvimento Sustantével Onofre Agostini, o deputado federal Valdir Colatto, o secretário Regional Osvaldo Uncini e o presidente da Amures, prefeito de Lages, Renato Nunes de Oliveira, que determinou prioridade máxima na recuperação das estradas que levam à propriedade de Nelson Camargo.
Foram liberados no evento, R$ 20 mil como incentivo à associação para pesquisas e estruturação de um escritório. Durante todo dia houve palestras e exposições sobre os potenciais da raça Crioula Lageana. Uma das principais características é sua rusticidade e por pouco a genética não se perdeu devido ao abandono dos criadores por alguns anos.
Segundo Nelson Camargo, a associação trabalha para defender e preservar a raça e objetiva sua exploração com melhoria de aptidões econômicas e sociais.
PRODUTO da miscigenação de diferentes raças ibéricas, a raça Crioula Lageana foi submetida por quase 500 anos de seleção natural no Planalto Sulbrasileiro. Ela descende diretamente dos bovinos ibéricos remanescentes das Missões Jesuítas. A raça possui duas variedades: a aspada e a mocha. E dentre suas características morfológicas está a cabeça retilínea, orelhas redondas, pequenas e elevadas. A pele é grossa e pigmentada. O corpo é cilíndrico e costelas pouco arquea­­das dirigidas para trás.