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Temporal castiga Correia Pinto

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     QUARENTA minutos de intensa chuva. Foi o que bastou para alagar parte do Centro do município de Correia Pinto nesta quarta-feira (17) e causar um rastro de prejuízos a mais de 100 famílias. A enxurrada deve levar o prefeito Vânio Forster a decretar situação de emergência.
A chuva que deixou parte de Correia Pinto debaixo d'água começou às 17 horas e durou até por volta das 17h45min. Os bairros mais castigados, além do Centro foram o Pereira Alves e o Pró-Flor. O problema é que a rede pluvial não suportou o volume de água, alagou as ruas e por consequência as moradias. A água atingiu mais de um metro em alguns pontos.
Parte da rua Lauro Muller, nas proximidades da prefeitura, ficou submersa. Nos cruzamentos com as ruas Ema Sevei, Pedro Amaral, Tancredo Neves e Cândido Lourenço, dezenas de casas foram invadidas pela água. Vários automóveis ficaram encobertos e a rede de esgoto se misturou à água da chuva. Dezenas de famílias ficaram ilhadas dentro de casa por mais de três horas, até que as águas baixassem.
A funcionária pública Zenilda Furtado disse que foi a primeira vez que a água atingiu um nível tão alto. Ela estava na casa da filha, no momento da chuva e até por volta das 19 horas não havia conseguido retornar para casa. "Sei que tudo lá em casa está debaixo d'água", resumiu.
O problema que é antigo, segundo os moradores, é causado pelo represamento da água do rio Tributo. Quando a chuva é muito intensa, parte do Centro, do Pereira Alves e Pró-Flor fica inundada porque existem verdadeiras bacias, que não permitem a vazão da água. Para agravar a situação a rede pluvial é insuficiente e o lixo completa o drama.
Nilzo Gonçalves de Liz teve a lavanderia de sua casa totalmente invadida pela enxurrada. "Só consegui erguer os móveis para não ter um prejuízo ainda maior", lamentou. Em poucos minutos a água invadiu as casas. A situação só começou a voltar à normalidade por volta das 20 horas. O nível da água começou a baixar e os atingidos iniciaram a limpeza com baldes, mangueiras e panos.
O prefeito Vânio Forster estava numa reunião em Lages, na hora da chuva. Ele foi comunicado por telefone pelo vice-prefeito Éder Mesquita do drama que o município enfrentava, no final de tarde. A Defesa Civil regional foi acionada para ajudar no levantamento. Hoje, o prefeito deve confirmar o decreto de situação de emergência. Apesar das proporções dos danos materiais ninguém se feriu.

Levantamento vai apurar os prejuízos

Durante um mês, o vice-prefeito Éder Mesquita assumiu a prefeitura de Correia Pinto e, quando ocorreu a chuva, ele tinha acabado de repassar o cargo ao prefeito Vânio Forster que, em seguida viajou para Lages.
Em frente ao Besc, no Centro, o trânsito foi interrompido. Os secretários municipais foram convocados às pressas para ajudar no levantamento dos prejuízos. "Nossa prioridade são as pessoas. A Secretaria de Assistência Social vai apurar a dimensão dos danos. A princípio não há desabrigado nem desalojado", informou por telefone o prefeito.
Forster aproveitou para pedir que a população ajude a manter a cidade limpa. "O lixo contribui muito para piorar esta situação", pondera. O volume de precipitação não foi apurado. Mas deve ter superado a marca de 50 milímetros, pois bastaram alguns minutos para alagar dezenas de residências.
Angelo Jorge Thives, morador da rua Caetano Costa, estava indignado. É que reside numa das parte mais altas da cidade e mesmo assim foi atingido pela enxurrada. "Aqui não tem rede pluvial. A água corre sobre a rua e inundou minha casa. É uma vergonha o que estamos enfrentando", desabafou.
Ele mostrou um muro com quase dois metros de altura que a enxurrada derrubou. Sem ter por onde escoar, a água represou e o peso empurrou o muro ladeira abaixo. Angelo Jorge disse que há mais de três anos pleiteia pela implantação de uma rede pluvial na rua.
Em muitas residências a água encharcou camas, roupas, fogão, geladeira, máquina de lavar, sofá e móveis diversos. Os moradores não tiveram tempo para nada. Foi tudo muito rápido e o medo era que à noite outra chuva forte ocorresse piorando ainda mais a já caótica situação.