RECUPERAR mais de dez hectares de florestas degradadas em áreas de preservação permanente, onde se situam sete poços artesianos e 13 nascentes que abastecem cerca de 70 mil habitantes. Capacitar 36 educadores de escolas da rede pública municipal para desenvolver atividades de educação ambiental com quatro mil estudantes.
São os dois principais objetivos do projeto Nascentes do Futuro lançado na manhã desta quinta-feira, no auditório da Amures. A última ação social, educacional e ambiental da Amures neste ano, tem como parceiros o Ministério Público Estadual, a Baesa e o Consórcio de Saneamento e Meio Ambiente (Cisama) e será a primeira a sair do papel em 2011, segundo o presidente da Amures, prefeito de Cerro Negro, Janerson Delfes Furtado.
Ele explicou que, só com parcerias está sendo possível avançar com projetos como este que visa proteger as nascentes que abastecem com água potável 17 dos 18 municípios da Serra Catarinense. " Nesta nova empreitada precisaremos de parceria com organizações de agricultores e escolas, porque assim buscamos proteger um bem comum que são as águas. Este é sem dúvidas nosso maior patrimônio", comentou Janerson Furtado.O projeto foi elaborado pelo agrônomo Selênio Sartori e a bióloga Nádia Boff , da equipe técnica da Amures. Eles realizaram um trabalho preliminar e identificaram a origem das águas que abastecem os moradores interior. E concluíram que em sete municípios além de rios, a água é captada também de poços artesianos. E em quatro deles, a captação é exclusiva de poços artesianos.
O presidente do Cisama, prefeito de Capão Alto, Antônio Coelho Lopes Júnior, explicou que os recursos para recuperar as nascentes e fazer a campanha de conscientização foi viabilizado pelo Ministério Público. "São mais de R$ 300 mil serão investidos pensando nas gerações atuais e futuras, porque sem água não há vida. O grande mérito desse projeto é do Ministério Público que está sendo um parceiro e apoiador dessas causas junto com os prefeitos", elogiou o prefeito Antônio Coelho Lopes.
Lio Martin elogia agilidade da Amures no projeto
"Três pontos foram cruciais para que a Baesa aderisse ao projeto Nascentes do Futuro. O pilar econômico, social e am biental. E todos estão sob a base da diversidade cultural". Assim justificou o representante do departamento de sustentabilidade ambiental da Baesa, Paulo Ribeiro, o apoio ao projeto da Amures. Ele destacou a relevância do projeto, já que a água é o bem mais precioso e de importância comum a todos.Para o Promotor Público Lio Marin, todo investimento que se realizar para preservar a água é pouco. "Esse projeto tem um outro cunho que é a prevenção à doenças causadas pela água de má qualidade. É um projeto fácil de ser executado e de grande alcance social e ambiental". Lio Marin revelou estar surpreso com a agilidade com que a Amures deu ao projeto e disse que mais recursos podem ser captados.
Sugeriu inclusive que os prefeitos se reúnam no início do próximo ano com os Promotores de Públicos da região para estudar formas de canalizar recursos para o Fundo de Meio Ambiente da Serra Catarinense (Funserra). Lio Marin explicou que hoje, os Promotores Públicos destinam 50% das multas para o Fundo Estadual do Ministério Público. E poderiam dividir este porcentual com o fundo regional de Meio Ambiente.