Investimento da GM em duas unidades é o maior de uma empresa chegando ao Norte de SC em 10 anos. Fábrica de transmissões vai atender à demanda dos mercados do Brasil e da Europa.
O R$ 1,06 bilhão que a General Motors está aplicando em Joinville – o maior investimento feito por uma empresa no Norte do Estado nos últimos dez anos – vai ajudar a erguer o mais novo polo da indústria automobilística brasileira. Ontem, em Florianópolis, foi assinado o protocolo de instalação da fábrica de transmissões, que vai custar R$ 710 milhões. SerãoR$ 650 milhões em investimentos gerais e R$ 60 milhões em engenharia de produção. Os recursos vão completar os R$ 350 aplicados na fábrica de motores que está sendo concluída às margens da BR-101.
A nova unidade vai atender às plantas da GM no Brasil e na Europa. A previsão é que a produção gere faturamento anual de R$ 200 milhões. Acrescida da produção da primeira fábrica, a receita pode chegar a R$ 500 milhões.
A fábrica de transmissões da GM em Joinville vai operar em três turnos com 350 funcionários diretos e 50 indiretos. Serão 50 mil m² de área construída para produzir 150 mil transmissões por ano (50% serão exportadas para a Europa e 50% substituirão produtos que antes eram importados).
No pacote de vantagens oferecido à empresa para instalar a segunda unidade na cidade, estão os programas Prodec, Pró-empresa e Pró-emprego. A Prefeitura de Joinville ainda se comprometeu a construir uma marginal para ligar a rua Parati à BR-101 com objetivo de agilizar a logística da unidade.
Cinco empresas estão concorrendo para desenvolver e executar o projeto da segunda fábrica. O processo de negociação está na fase final e o nome da vencedora será anunciado nos próximos 20 dias. "As obras começam com urgência em março. É preciso finalizar o projeto e obter as licenças para a construção. Estamos dentro do cronograma e não quereremos atrasar", conta o diretor de assuntos institucionais da GM no Brasil, Luiz Moan. Se tudo correr dentro do previsto, a fábrica de transmissões será inaugurada no início de 2014.
A logística, a mão de obra qualificada e a infraestrutura foram os pontos principais na escolha de Joinville para a instalação da unidade.
"O fato de a fábrica de motores já estar instalada aqui favoreceu também. A GM já tinha o terreno e toda a infraestrutura encaminhada", explica o prefeito Carlito Merss. "Os compromissos assinados serão rigorosamente cumpridos", garante o governador Raimundo Colombo.
Novas oportunidades em SC
"Estamos em dificuldade nos setores tradicionais, como têxtil, cerâmico e carnes. Precisamos criar novos polos em Santa Catarina. É uma forma de inovar no modelo econômico", ressaltou o governador Raimundo Colombo. A instalação e a consolidação do setor industrial automobilístico, segundo Colombo, fará com que o Estado ganhe força no contexto nacional.
A GM está no Brasil há 87 anos e emprega 22 mil pessoas em todo o País. A filial da empresa no Brasil é um dos cinco centros globais de desenvolvimento de produto e o segundo maior mercado automotivo do mundo. A atuação das unidades brasileiras fica atrás apenas das da China e dos EUA. "A partir de agora estamos inseridos no polo da indústria automobilística no Brasil. O Estado ganha em arrecadação de impostos e geração de renda e empregos", afirma Carlito Merss.
A qualificação da mão de obra é um dos pontos apontados pelo presidente da Associação Comercial de Joinville (Acij), Udo Döhler, como uma grande vantagem competitiva para o Norte do Estado. "Joinville está se preparando para atender diferentes polos há anos. É só observar o crescimento dos cursos técnicos na área de engenharia. Nos próximos cinco anos, teremos 7,5 mil engenheiros prontos para atender a demanda que nosso mercado precisa".
Primeira fábrica estreia no último trimestre
A fábrica de motores deve ser inaugurada até o final do ano para abastecer diretamente a unidade da GM em Gravataí, que produz carros da linha Ônix. A previsão é produzir 120 mil motores e 200 mil cabeçotes por ano. Cerca de 80 mil unidades serão exportadas para a Argentina. A estrutura foi pensada com foco na sustentabilidade. "É a primeira fábrica a usar energia solar em processo produtivo no Brasil", revela Marcos Munhoz, vice-presidente da GM no Brasil.
A unidade terá controle de iluminação e ventilação, sistema de tratamento de efluentes e reutilização de água da chuva. Até o momento, a empresa investiu R$ 300 milhões em compras para a produção dessa unidade.
A fábrica entrará em atividade no último trimestre de 2012 e a contratação de funcionários terá início em julho. Cerca de 320 pessoas serão chamadas para trabalhar na primeira fase.
Fonte: SEF