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Gaio acredita na continuidade dos projetos regionais

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     Tudo que planejou na presidência da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), ele executou. E foram apenas seis meses. Amarildo Gaio renunciou ao comando da associação dos municípios, dia 6 de junho para construir a reeleição em Urupema.
O pré-candidato do PMDB já foi diretor geral da Secretaria de Desenvolvimento Regional de São Joaquim. E ao se despedir da Amures deixa um legado de ações, resultados e projetos que exigirão do novo presidente, Luiz Paulo Farias dedicação e empenho.
Hoje com a foto na galeria de ex-presidentes da Amures, Amarildo Gaio tem a consciência tranqüila de que fez sua parte. Talvez não tenha realizado tudo que gostaria, mas sabe que fez tudo que foi possível. Como revela nesta entrevista:

Que salto o senhor deixa na Amures?

Gaio: Quem melhor pode descrever nosso saldo são os prefeitos e os colaboradores da Amures. Mas nada do que estava em curso teve solução de continuidade. Fortalecemos alguns projetos e o destaque foi o Cisama, que é o nosso consórcio de meio ambiente, saneamento básico e sanidade agropecuária. Esse é o projeto que deverá revolucionar os agronegócios familiares de toda Serra Catarinense. Por isso o priorizamos. Penso de forma geral, que minha contribuição foi proporcional ao tempo em que permaneci no cargo.

No quesito resíduo sólidos, o que avançou?

Gaio: Estamos construindo uma proposta inovadora e coletiva. Existem contatos com uma empresa da Espanha, especializada em destinação sustentável do lixo. Ela deve investir algo em torno de US$ 350 milhões para implantar uma estrutura capaz de absorver a demanda de uma população de 300 mil habitantes. A contrapartida dos municípios é uma área de dez hectares. Os resíduos orgânicos viram metano, através de biodigestores. O resíduo combustível é queimado e produzido energia termelétrica. O chorume é desidratado e vira adubo. A empresa gera zero de CO2 e ainda recicla parte dos materiais e trabalha com créditos de carbono.

Que empresa é essa e para quando o projeto?

Gaio: Nosso contato é com a representante da Repsol, uma companhia exploradora de petróleo com ação em vários países. Quanto ao tempo para implementar esse projeto dependerá de estudos complementares. Na próxima reunião da Amures a discussão deverá ser aprofundada com os prefeitos.

E quanto ao projeto Nascentes do Futuro?

Gaio: É uma grande ação social e ambiental que não pode parar. Estamos estudando inclusive a participação do governo federal. O objetivo maior diria assim, seria a proteção das fontes de água que alimentam as bacias dos rios Canoas e do Pelotas. É um projeto altamente pedagógico e didático. Estamos buscando inclusive participação de instituições universitárias.

E o saneamento básico, em que pé está?

Gaio: Olha, esse projeto anda na proporção do seu tamanho. Temos R$ 22 milhões de emendas parlamentares disponíveis, mas ainda há muita burocracia na Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A Funasa é como um dinossauro, para fazer ela andar não é fácil. A questão política e de articulação foi feita, mas esbarramos nas questões técnicas. Às vezes se da um passo à frente e dois para trás. Mas não desistimos e aos poucos creio que estamos construindo soluções que equacionem o problema de falta de saneamento básico nos municípios.

E o Suasa?

Gaio: Esse projeto está de vento em poupa. Já foi licitada compra de 18 veículos e 18 escritórios montados. Uma para cada município, só para que os técnicos possam orientar e fomentar as agroindústrias familiares. Os institutos federais de Urupema e Lages são parceiros e assim estamos avançando. Várias agroindústrias estão cadastradas, os técnicos treinados e em breve teremos produtos típicos da região, sendo comercializados em todo Brasil, com selo de inspeção de origem. Isso é maravilhoso.

Quando assumiu a Amures, o senhor falou de projetos culturais. O que de fato aconteceu?

Gaio: A visão que tenho é de que, os investimentos nas pessoas têm de ser perene, sempre. A alto-estima e a capacidade que cada um tem de produzir, tem de ser valorizado. E isso não vem apenas da qualificação profissional. Mas da formação familiar do cidadão. As pessoas têm de serem preparadas para que sejam líderes. Há pessoas com grande bagagem profissional, mas que não conseguem prospectar isso. Daí a importância de projetos culturais, de socialização e preparação do cidadão para o futuro. É difícil as pessoas aceitarem este tipo de argumento. Mas é pela cultura que se enriquece a pessoa. A maior riqueza são as pessoas e são elas que podem transformar as cidades. E enquanto presidente de Amures colocamos a disposição dos municípios, um professor para fomentar grupos a formação de corais e grupos ligados pela arte e a música.

O governo do Estado foi parceiro da Amures na sua gestão?

Gaio: Sim tivemos e continuamos tendo apoio do governo do Estado. Especialmente em obras de infraestrutura. Talvez esta parceria não tenha sido como gostariam os prefeitos, mas aconteceu em todos os municípios. Não podemos reclamar.

A região está no caminho certo do desenvolvimento? Gaio:

Gaio: Sim. Somos privilegiados estrategicamente falando em localização. Temos matéria- prima e mão de obra abundantes e estamos bem servidos de rodovias e em breve dotados de aeroporto regional. O que precisa a região é de investimentos na parte industrial, mas isso acontecerá à medida que avançam os projetos regionais.

A nova sede da Amures é um marco seu?

Gaio: Creio que sim. Temos o compromisso moral do prefeito Renatinho. Doou o terreno e em breve estará no nome da Amures e em obras. Devido ao período eleitoral o terreno ainda não foi repassado no papel, mas isso não é problema. O prefeito de Lages é um dos maiores parceiros da associação e será peça importante nesse processo da nova sede da Amures. Basta passar o período eleitoral.

Que compromisso firmou com seu sucessor na Amures?

Gaio: O compromisso da continuidade. Temos bons projetos regionais em curso que não devem sofrer solução de continuidade. A ação da cultura será reforçada, a descentralização de assembleias e o fortalecimento dos consórcios da Amures. A equipe de engenharia da associação também deve ter estrutura para continuar atendendo os municípios, assim como a implantação do laboratório de geoprocessamento que está sendo executada. O compromisso não é comigo é com a região, com os municípios e a população da Serra Catarinense.