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A queima de campo é tida como um processo de manejo para a pecuária

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     As queimas de campos não ocorrem unicamente na Região da Serra Catarinense. No Brasil, elas acontecem praticamente em todo o território, motivadas por fatores locais. A explicação, conforme Márcio Pamplona, presidente da Associação Rural de Lages, tem base em estudos científicos que comprovam que a queima elimina as plantas invasoras e destroem a palha seca acumulada, dando lugar à aceleração do rebrote de pastagem fresca para o gado, na primavera. "Em nossa região a queima não pode ser comparada com outras de maior vulto, como as que acontecem na região Amazônica ou nos cerrados, e que destroem grandes áreas de vegetação", relata.
Ainda conforme o sindicalista, nesta época, o produtor rural é taxado de vilão, o que não procede. O fogo é usado como uma ação de manejo. Além disso, a prática é permitida, é legal. Não ocorre crime ou fraude, desde que sejam observados os procedimentos, que incluem a obtenção das licenças devidas junto à Fatma, e que se proceda a utilização de todas as formas recomendadas para realizar o processo de queima de campo, na propriedade. Por outro lado, a queima produz aumento de nutrientes, uma vez que a temperatura não é elevada (em torno de 70 graus) e volta aos padrões normais em 3 ou 4 minutos, sem afetar as camadas inferiores. "Na verdade há um enriquecimento do solo e a queima se torna um agente de mineralização, portanto, ela é encarada como um benefício.
É importante que também seja observado, que os campos nativos estão cada vez mais raros, e só existem em grande extensão na Região Serrana de Santa Catarina. Isso se explica, porque as queimas são necessárias em muitos casos. Há mais de 300 anos acontece essa prática na região e os campos continuam produzindo excelentes pastagens. O pecuarista sabe o que está fazendo e também sabe do resultado da ação. "Caso contrário, outras atividades como a agricultura ou reflorestamento já teriam sido instaladas, há muito tempo, pois, se não fosse o manejo da pecuária e da queima, os campos não mais existiriam", complementou Márcio Pamplona.