Os agricultores de Campo Belo do Sul, Lages, Cerro Negro e Anita Garibaldi são os que sofrem mais na região com os ataques dos javalis nas lavouras. O presidente do Fórum dos Secretários da Agricultura da Amures (Forsema), Moisés Savian, vai se reunir com o comandante da Polícia Militar Ambiental de Lages, Frederick Rambusch, para tornar o abate mais fácil e amenizar o prejuízo dos produtores.
As perdas chegam até 20% nas plantações de milho, soja e feijão, segundo dados do engenheiro agrônomo e chefe da unidade da Coopercampos, Jocelito Matos. Ele explica que em uma plantação de 30 hectares de milho, 20% de perda, representa em média, mil sacos de milho, sendo que uma safra deste porte, resultaria em torno de quatro mil sacos.
O prefeito de Campo Belo do Sul, Edilson José de Souza, diz que os javalis andam em bandos de até 300 cabeças. “Como há um reflorestamento aqui, a reprodução deles é tranquila. E, agora na época da colheita das safras, os ataques aumentam”, salienta.
Além dos ataques nas plantações, ele afirma que os javalis também matam animais de pequeno porte, como filhotes de veado e de tatu. “Cada porca tem capacidade de ter até 12 javalis, eles se reproduzem rápido”, explica.
Com a construção da barragem da usina hidrelétrica Garibaldi, o prefeito diz que os ataques aumentaram, pois os animais recuaram com o alagamento e foram mais para a cidade. “Estimamos que existam em torno de 600 produtores aqui na região, sendo que 60 possuem plantações de grande porte”, frisa.
Segundo Souza, o município sofre com os ataques dos javalis há mais de 10 anos. “Os produtores estão cansados de perder seus investimentos e fonte de renda”, enfatiza.
Proposta de entidade é facilitar caça para reduzir perdas
O presidente do Fórum dos Secretários da Agricultura da Amures (Forsema), Moisés Savian, explica que os javalis atacam principalmente as lavouras de milho, e quando se sentem ameaçados, são violentos.
Ele diz que o animal é forte e, como sempre anda em bando, é perigoso para o ser humano. “Há muita quebra de safra e perda da produção com os ataques. É preciso definir uma solução”, alerta.
Na semana que vem, ele terá uma reunião com o comandante da Polícia Militar Ambiental, Frederick Rambusch, onde vai pedir mais facilidade para a caça dos animais. Savian também terá uma reunião com a Fatma. Polícia é a favor do abate sem limite
O comandante da Polícia Militar Ambiental (PMA), Frederick Rambusch salienta que o abate é liberado com arma e não tem limite de abates. A única exigência é que o atirador seja cadastrado na PMA para que os agricultores tenham mais segurança em suas propriedades, pois há medo de invasão, se for liberada a caça de forma desorganizada.
No ano passado, cerca de cinco mil abates ocorreram na Serra Catarinense, sendo que 150 pessoas foram autorizadas a matar os animais. A arma utilizada para o abate precisa estar regularizada com o Exército para pessoas associadas a clubes de caça, e com a Polícia Federal para quem não é associado.
Rambusch ressalta que a carne de javali não pode ser vendida por ser espécie exótica e nem consumida por se tratar de carne de porco e ter possibilidade de causar risco à saúde humana.
A carne não possui inspeção sanitária e a Cidasc é o órgão que fiscaliza o abate, os animais mortos
devem ser enterrados ou incinerados na propriedade. “Pretendemos simplificar o processo de autorização do abate, pois somos favoráveis à morte dos javalis, pois não estão em extinção, são exóticos, invasores e causam prejuízos aos produtores”, destaca.
Fonte: CL+