Em sua primeira visita oficial a Serra Catarinense, na terça-feira (2), o governador Carlos Moisés da Silva passou por Lages e São Joaquim, visitou prefeituras e a Epagri, conheceu plantações de uvas, maçãs e goiaba serrana; e entregou ordem de serviço para obra em uma escola.
Apesar de reafirmar o compromisso com os catarinenses e garantir o repasse de recursos para obras públicas, como a revitalização do Centro e a reforma do Mercado Público, ele não apresentou um prazo para que a nova ala do Hospital Tereza Ramos seja inaugurada, tampouco confirmou que o município não vai perder a Gerência Regional de Saúde.
Durante a coletiva de imprensa, que aconteceu à tarde na Prefeitura de Lages, Moisés contou que participou de uma reunião com um grupo de vereadores, que apresentaram algumas demandas de saúde, dentre elas um apelo pela reabertura do quinto andar do Hospital Tereza Ramos, fechado desde a segunda quinzena de março, e os problemas que isso tem acarretado – como a demora para que pacientes do pronto atendimento consigam leitos de internamento.
O governador não se comprometeu em reativar o quinto andar do hospital, porém, garantiu que o tema voltará a ser debatido para definir qual será o encaminhamento técnico dado para o hospital.
Com a reforma administrativa, há a possibilidade de que Lages perca a Regional de Saúde para Joaçaba. O governador não descartou que isso aconteça. “A única garantia que temos é de que não haverá diminuição de prestação de qualquer tipo de serviço ou de atendimento à população, uma vez que essas estruturas [Regionais de Saúde] podem ser readequadas em núcleos diversos dos que estão hoje, ou de macrorregionais. A ideia de que a estrutura que reste, seja em Lages, em Joaçaba ou em qualquer lugar, preste o atendimento necessário”, avalia. Moisés destacou que todas demandas de saúde serão discutidas pela Comissão Municipal de Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde.
Obras
No que tange às obras em Lages, que dispõem de recursos estaduais, o governador garantiu que até o dia 30 de julho deste ano o Estado vai repassar a verba restante para o andamento de obras como a revitalização do Centro, a reforma do Mercado Público e a pavimentação de vias urbanas. Ao todo, o Governo têm 106 convênios em andamento, feitos por gestões anteriores com os municípios.
“Nosso governo não vai fazer novos convênios enquanto não honrar com todos aqueles que os outros governos não honraram. A gente vai terminar também obras que foram iniciadas e que não terminaram”, comenta.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Lages, mesmo que o restante destas verbas sejam repassadas somente em julho, as obras não vão parar, pois o município aportará os recursos necessários até a verba do seja destinada pelo Estado.
Festa do Pinhão
Sobre apoio à Festa Nacional do Pinhão, Moisés deixou claro que, pelo menos por enquanto, a exemplo de outras festas ao redor do estado, não haverá repasse de aporte financeiro. As verbas foram suprimidas pela necessidade de reordenação de prioridades e cortes de gastos.
“O estado precisa, na condição que está, de economia. Estas festas muitas vezes têm participação e interesses privados, então podem se reorganizar. Penso que o Estado, pelo menos nesse momento de austeridade que temos que passar, precisa suprimir estas verbas”, afirma, destacando que apesar de não haver repasse financeiro, se fará presente para prestigiar o evento.
Primeira reforma completa em 53 anos
A agenda do Governador Carlos Moisés da Silva na Serra Catarinense teve início, na manhã de terça-feira (2), com a passagem por São Joaquim, onde visitou a Epagri e conheceu plantações de maçã, uva e goiaba serrana. No fim da manhã ele se deslocou para Lages, onde almoçou. A tarde, esteve na Prefeitura de Lages, onde participou de reuniões com o prefeito Antônio Ceron e vereadores, além de participar da coletiva de imprensa.
Antes disso, porém, Moisés assinou a ordem de serviço para reforma da Escola de Educação Básica Rubens de Arruda Ramos. A unidade receberá melhorias nas redes hidráulica e elétrica, pintura geral, substituição da cobertura e construção do sistema de prevenção de incêndio. A obra tem prazo de 330 dias para ser concluída e investimento de R$ 1,5 milhão.
O diretor da escola, Soinger Branco de Moura, afirmou que esta obra é de grande importância, visto que a unidade escolar tem 53 anos de história e nunca havia passado por uma reforma completa, apenas ampliações, pequenos reparos e pinturas. “Nosso slogan é ‘Escola com sabor de aprender’, e só tem sabor quando tudo funciona. Já temos qualidade de ensino e disciplina, mas faltava estrutura e agora vamos ter o que estava faltando”, comenta Soinger.
O secretário de Estado da Educação, Natalino Uggioni, e a gerente regional de Educação, Cláudia Pezzi, também participaram do ato. Para Uggioni, é importante atender a demandas como esta e não deixar as escolas esperando por respostas. Questionado pela reportagem sobre a possibilidade de reforma da Escola de Educação Básica Belisário Ramos, cuja estrutura está em estado precário, Uggioni informou que o processo está na Regional de Educação e que o projeto precisa passar por aprovação da prefeitura e do Corpo de Bombeiros.
“Há várias escolas no Estado que, por muitos anos, ficaram abandonadas e não receberam a mínima reforma. Agora estamos dando vazão para todos os pedidos que foram encaminhados nesta gestão ou anteriormente”, completa.
Fonte: Correio Lageano