Único prefeito da Serra Catarinense eleito para um quarto mandato, Tito Pereira Freitas terá um desafio a mais na sua vida pública, em 2021. Conduzir os desígnios da Associação de Municípios da Região Serrana – Amures, que completará em agosto 53 anos de atuação em defesa dos interesses da região.
À frente de uma gestão exemplar em Capão Alto, no que se refere a contenção de custos, eficiência administrativa e obras estruturantes, Tito Freitas mira realizar na Amures uma gestão compartilhada. Visitará todos os prefeitos e colherá sugestões.
Próximo de completar 75 anos em fevereiro, Tito Freitas tem fôlego de um jovem. Acorda cedo e dorme tarde, atento aos projetos e ações de sua prefeitura. Agora este gestor veterano terá motivos a mais para se manter vigilante. No comando da Amures quer aproximar a Serra Catarinense do governo do Estado com menos burocracia e mais agilidade na liberação de recursos.
Como revela nesta entrevista:
Amures: Sua eleição na Amures foi consenso, o que isso representa na sua gestão que iniciou em 8 de janeiro?
Tito Freitas: Muito importante o consenso. Demostrou união e o desejo dos prefeitos de estarem afinados com os propósitos da região. Mas ao mesmo tempo, aumenta meu compromisso e responsabilidade com esta entidade. Tenho ciência de que não vou poder fazer tudo que gostaria, mas me dedicarei a tudo que estiver ao meu alcance. Especialmente na busca de recursos para a região. Vejo também, que a minha eleição foi um reconhecimento por minha trajetória de quatro mandatos.
Amures: Senhor fala em gestão compartilhada. Como fazer isso?
Tito Freitas: Entre fevereiro e março vou percorrer todos os municípios e colher sugestões com os prefeitos. A realidade dos municípios é diferente e buscarei através da Amures ajudar o máximo possível cada município, segundo o entendimento dos prefeitos.
Amures: Quer dar oportunidade a todos?
Tito Freitas: Sim, porque mais importante que falar é ouvir os prefeitos. As vezes um gestor não se manifesta no colegiado dos prefeitos por falta de oportunidade e quero inverter essa ordem. Inclusive nas assembleias de prefeitos vamos dar mais espaço para as manifestações dos gestores. Especialmente os novos prefeitos, que são a maioria e ainda não conheciam a estrutura da Amures.
Amures: Internamente na Amures, qual seus objetivos?
Tito Freitas: A equipe técnica da Amures é altamente qualificada. Não haverá solução de continuidade em nenhuma área. Mas temos de avançar ainda mais, no atendimento das demandas dos municípios. Sabemos que o setor âncora da Amures é o departamento de engenharia e vamos buscar fortalecê-lo para atender os municípios.
Amures: Dá para apontar sua missão maior, como presidente da Amures?
Tito Fretas: Minha missão será atender o conjunto dos prefeitos. Por isso visitarei os municípios para colher sugestões. Fui eleito para representar todos, assim como faço em meu município independente se a demanda vem da situação ou oposição.
Amures: Como avalia este momento, com pandemia e uma série de regulações sanitários?
Tito Freitas: É um momento difícil e delicado para a região. O impacto na economia dos municípios é avassalador. As demandas aumentaram e fazer gestão pública exige de nós muita eficiência, seja na aplicação dos recursos ou execução de obras. Vivermos um novo normal e a pandemia nos impôs uma realidade que nunca imaginaríamos.
Amures: A burocracia continua sendo um gargalo nas administrações?
Tito Freitas: Com certeza. Ainda esta semana recebi recursos de emenda parlamentar de 2018. Veja que dificilmente conseguiremos aplicar este recurso naquela atividade fim, porque já defasou em ao menos 30%. Por isso que nós prefeitos aqui na ponta, temos de ser ágeis e eficientes para que o dinheiro público que já é curto não fique ainda menor, diante da necessidade que temos.
Amures: O que o senhor espera de parcerias com o governo do Estado?
Tito Freitas: Sabemos dos entraves e das dificuldades do governo, mas temos de nos sentar junto com os prefeitos e aponta soluções para a região. Seja na esfera estadual ou federal, temos de trabalhar em conjunto. Mas também é importante que as manifestações parem de acontecer e deixem os gestores de outras esferas de governo trabalhar. Temos de fiscalizar sim, mas sem interferir no andamento de ações de interesse da população. Às vezes, judicializando e prejudicando o andamento dos projetos.
Amures: A Serra Catarinense continua no mapa das regiões mais deprimidas economicamente. O senhor espera um olhar diferente do Estado?
Tito Freitas: Claramente precisamos de ações urgentes em diversas áreas, especialmente na recuperação de rodovias municipais. Temos uma imensa malha viária sem pavimentação na região e as chuvas dos últimos dias, por exemplo, estão castigando os prefeitos e gerando inúmeros prejuízos. A mão generosa do Estado tem de ser estendida para a Serra Catarinense e precisamos deste tratamento diferenciado, porque sozinhos ou isolados, não teremos fôlego para dar a volta por cima.