Garantir as condições para que os fruticultores produzam e alavancar o turismo. Essas são as principais metas do prefeito de São Joaquim, Giovani Nunes. Na produção de frutas, o foco é na manutenção das estradas, já no turismo a ativação do Aeroporto Municipal Ismael Nunes é considerada prioridade. A prefeitura resolveu a pendência da licença ambiental e estão em curso os estudos de ruído e de fechamento da área. Depois, o próximo passo será buscar a homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Segundo o prefeito, o estudo de ruído deve ser concluído em 60 dias e o de cercamento da área em três meses. O objetivo não é ter voos comerciais e sim permissão para pousos e decolagens de aeronaves particulares. “Os empresários têm pouco tempo e não podem gastar horas em deslocamentos rodoviários. O aeroporto é essencial para a atração e consolidação de investimentos,” explica Giovani Nunes.
Reeleito em novembro passado, este mês o prefeito conseguiu divulgar o nome de seu município e da região para todo o Brasil, em um ato que considera de pura sorte. Ele esteve em Florianópolis para receber as chaves de dois veículos para a assistência social. Dentre centenas de pessoas, foram escolhidos quatro prefeitos para um ato simbólico. Um para receber a chave do ministro Onyx Lorenzoni, outro receberia do ministro Augusto Heleno, outro do governador Carlos Moisés e coube a Giovani Nunes receber do presidente Jair Bolsonaro.
Giovani não perdeu a oportunidade e convidou o presidente para conhecer São Joaquim e a Serra Catarinense. Recebeu apoio imediato de Onyx Lorenzoni, que elogiou a região, seus vinhos e disse que São Joaquim produz a melhor maçã do Brasil.
São Joaquim já é conhecido nacionalmente e foi o único município da região a trazer presidentes da república para a Festa Nacional da Maçã. Este ano o evento não será realizado em função da pandemia, mas assim que houver segurança sanitária o prefeito afirma que fará o evento. O principal objetivo é comemorar a safra de maçã e a produção agrícola, principal fonte de renda do município.
Enoturismo
São Joaquim concentra o maior número de vinícolas da região, mas existem empreendimentos em Urubici, Urupema e em Bom Retiro. “O turista que visita esses municípios também vem para São Joaquim. É o turismo integrado onde todos ganham. Realmente o enoturismo é um grande fator de desenvolvimento regional. É um turismo integrado que agrega valor. Não é só o turista que vem ver frio. Antes você só via turista na região serrana quando tinha previsão de neve, ou geada forte.”
O prefeito não dá detalhes, mas fala de vários investimentos já em andamento, como a implantação de condomínio dentro de uma vinícola e a construção de um hotel em outra. São Joaquim atrai a atenção, também, de investidores estrangeiros que querem explorar a gastronomia e a hotelaria.
“O pessoal vem no inverno e no verão para conhecer um bom hotel, um bom restaurante, visitar nossos pontos turísticos e nossas vinícolas. O enoturismo está sendo determinante para o desenvolvimento do turismo na região,” avalia Giovani. Ele analisa que isso se deve ao fato das vinícolas serem muito bem montadas, com padrão de primeiro mundo.
Estradas
Depois de 20 dias de chuva, o desafio é recuperar as estradas para o escoamento das safras e também para o retorno das aulas, no dia 18. Questionado sobre as condições de trabalho, o prefeito afirma que a prefeitura possui patrolas (motoniveladoras) e dragas. Com recursos próprios, comprou uma escavadeira e duas patrolas novas. Para agilizar o trabalho, licitou a contratação de duas patrolas, que trabalharão de domingo a domingo. São Joaquim é um dos municípios com maior número de estradas rurais. A estimativa da prefeitura é de mais de dois mil quilômetros e a meta é recuperar tudo em poucos dias.
Muitas localidades já estão colhendo maçãs. A colheita adiantou em uma semana em função de fatores climáticos. “Precisamos garantir o acesso às vinícolas e também aos pomares. A rodovia Caminhos da Neve é fundamental nesse processo. Precisamos buscar uma solução para a Ponte das Goiabeiras, já que o processo de federalização da rodovia deve demorar.”
A ponte liga São Joaquim ao município gaúcho de Bom Jesus e está em situação precária.
Falta de água
O problema da falta d’água que assolou o município em 2019 e 2020 não deve ser repetir. O prefeito comenta que dois poços artesianos foram implantados por meio de convênio com a Amures e a Casan também perfurou um poço ao lado do Rio Antonina. Foram investidos mais de R$ 3 milhões para perfurar mais de um quilômetro e extrair água do Aquífero Guarani. A água tem volume e qualidade para abastecer o município nos períodos de estiagem.
Por Mauro Maciel/Folha da Serra