Emancipado de Lages em 29 de setembro de 1994, o município de Capão Alto celebrou nesta segunda-feira (27), em frente ao pátio da prefeitura, seus 27 anos de emancipação política e administrativa.
A comemoração foi conduzida pelo presidente da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures) e prefeito da cidade, Tito Freitas, e contou com a presença do vice-prefeito, Zezo Branco da Silva, o Deputado Estadual, Marcius Machado, a jornalista representante da deputada Federal Carmem Zanotto, Silviane Mannrich, a primeira dama, Marilva Antunes Pereira, vereadores, secretários e toda a comunidade.
Em seu terceiro mandato, Tito apresenta todo o trabalho realizado e as conquistas do município nos últimos anos. Com 90% das ruas asfaltadas e uma frota de 44 veículos para uso das políticas públicas, incluindo carros, tratores e ônibus, o município recebeu por meio de emenda parlamentar, do ex-deputado estadual, Fernando Coruja, intemediado pelo deputado estadual Valdir Cobalchini, um ônibus completo com acessibilidade. “Esse ônibus, é um grande conquista, é completo e dá direito a locomoção aqueles que não tem mobilidade. O município passa por uma situação singular, tem dinheiro em caixa e não possui dívidas ou financiamentos”, comenta. Conforme Tito, o trabalho continua, o plano futuro é asfaltar todas as ruas, reformar o campo de futebol e revitalizar o parque. “Tem muitas coisas a fazer, uma delas é o portal da cidade que será pago por meio da emenda parlamentar da deputada federal, Carmen Zanotto”, conclui.
Com 85 anos, dona Maria Delfina de Jesus Córdova, nasceu em Capão Alto e estava na comemoração. Para ela é motivo de alegria celebrar mais um ano de vida da cidade. “Eu me criei aqui, acompanhei o desenvolvimento, a prefeitura melhorou as coisas. Meus filhos, netos e bisnetos moram aqui, inclusive meu neto é o vereador e presidente da câmara, Miguel Pereira. Trabalhei para o prefeito em dois mandatos e foi muito gratificante, hoje devido a minha idade, faço bordado para vender. É uma cidade boa e tranquila”, relata dona Maria.
No final dos pronunciamentos, todos confraternizaram com o bolo feito com as cores da bandeira do município: azul, amarelo e branco.
>> Histórico de Capão Alto
No início do século XVIII, a região de Capão Alto fazia parte dos campos de Lages, que, por sua vez, pertencia à Província de São Paulo. A necessidade de se abrir caminhos para os campos do Rio Grande do Sul tinha a finalidade de estabelecer o comércio entre os fazendeiros gaúchos e o restante do país, principalmente São Paulo e Minas Gerais.
A primeira denominação, Campos das Lagens, ocorreu por volta de 1727, quando Francisco de Souza Faria, por ordem do Governador de São Paulo, abriu a estrada dos conventos de Araranguá, encontrando na região uma enorme quantidade de gado, que provavelmente pertencia aos padres espanhóis das missões.
A povoação da região de Capão Alto também se deu por bandeirantes paulistas, “gaúchos” e lagunenses.
Pela Lei n° 54 de 07 de janeiro de 1899 criava-se o distrito de Capão Alto, época da chegada na região, das primeiras famílias de imigrantes italianos, vindos do Estado do Rio Grande do Sul. Em 29 de setembro de 1994 emancipou-se de Lages tornando-se um município, através da Lei n° 9.697 (publicada em 30/09/1997). É sabido que muito antes disso, aqui viviam os nativos chamados de bugres.
O município de Capão Alto, por muitos anos, foi o maior Distrito de Lages. Tem uma população de cerca de 3 mil habitantes, sendo 80% deles moradores da zona rural. A sede guarda ainda características de um povoado rural e a denominação de Capão Alto tem origem ligada a sua posição geográfica.
A localidade era apoio das rotas de tropeiros que levavam tropas ao litoral ou para o sul, estes foram se instalando e constituindo propriedades. Um povoado se formou ao redor de uma capela, transferida do antigo Distrito Campo Belo do Sul e cresceu com a chegada de famílias do Rio Grande do Sul, atraídas pelas atividades econômicas como a agropecuária e a extração de madeira.
Da história de Lages, Capão Alto guarda bons exemplares das antigas fazendas, além de forte tradição no artesanato de lãs e couros. Também restam fortes elementos da tradição religiosa popular, como a da cerimônia da Recomenda das Almas, celebrada na Semana Santa.