A partir de agora muitas pessoas que já pensaram em participar de alguma forma da vida de crianças e adolescentes que vivem nas casas de acolhimentos institucionais (abrigos municipais), seja ajudando financeiramente ou com algum vínculo afetivo, têm a chance de realizar este desejo. A Prefeitura de Lages, através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação lançou o projeto Novo Acalento, que busca padrinhos e madrinhas para estes jovens. O projeto é realizado em parceria com o Ministério Público e Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
O lançamento oficial aconteceu no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas de Lages (CDL), na noite desta terça-feira (5 de julho), com a presença de autoridades, convidados e a comunidade em geral. O intuito da solenidade foi divulgar ao máximo o projeto para que as pessoas interessadas tomem conhecimento e possam se inscrever. O cadastro de algumas pessoas foi realizado ao final do evento, mas as inscrições ainda podem ser feitas entrando com contato com a Diretoria de Proteção Social Especial de Alta Complexidade através do telefone (49) 3019-7460 ou pelo email protecaoalta.sas@lages.sc.gov.br.
Os novos padrinhos e madrinhas precisam ser maiores de 22 anos e estar cadastrados até a data do curso de capacitação, que será realizado a partir do dia 18 de julho. Todos os envolvidos, desde os técnicos que atuarão no projeto, passarão por este curso que visa prepará-los para os primeiros contatos com as crianças e assim garantir uma convivência saudável e prazerosa. Serão quatro dias de curso, sendo nos períodos matutino ou vespertino para os técnicos e à noite para os padrinhos afetivos. Esta capacitação será realizada através do Fundo para Infância e Adolescência – FIA, com uma palestrante da cidade de Limeira (SP).
Sobre o projeto
O Novo Acalento é um projeto da Secretaria de Assistência Social previsto nas orientações técnicas para os serviços de acolhimento de crianças e adolescentes do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, instituído pela portaria nº 6/2017 do Poder Judiciário – Comarca de Lages.
Tem por objetivo sensibilizar e captar pessoas e instituições com interesse e disponibilidade de tornarem-se “padrinhos e madrinhas” de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional, cujos vínculos com as famílias de origem encontram-se total ou parcialmente rompidos e com reduzidas possibilidades para inserção em família substituta. Estarão inseridas no projeto crianças a partir dos sete anos de idade.
Os padrinhos/madrinhas poderão estreitar relações com seus afilhados, podendo levá-los para passear, passar os finais de semana em sua residência ou até mesmo viajar com eles, mediante um cadastro e documentação devida. “Vemos a diferença no olhar deles quando chegam de volta ao abrigo, muito mais satisfeitos e felizes, com um sorriso no rosto. A rotina diária no abrigo se torna muito mais leve, pois o que essas crianças e adolescentes precisam é simplesmente de atenção e carinho”, comenta a diretora de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, Juliana de Carli.
O projeto nasceu em 2017, mas devido às complicações da pandemia aconteceram impedimentos para que este vínculo afetivo fosse levado à frente. “Restou apenas uma madrinha, que dá atenção a três irmãos. Por isso estamos lançando o novo Acalento, pois esta ação precisa sempre de renovação, para que novas pessoas participem”, afirma Juliana.
Além do padrinho/madrinha afetivo, o projeto conta com outras duas modalidades: o padrinho/madrinha prestador de serviço, que pode ser desde médicos, dentistas, professor, enfermeiro, entre outros que disponibilizam seu tempo e cuidados aos acolhidos.
Também pode ser padrinho/madrinha provedor, que não terá vínculo afetivo com as crianças/adolescentes, mas poderá ajudar financeiramente, contribuindo mensalmente com dinheiro, material pedagógico, cursos profissionalizantes ou qualquer outra forma de ajuda.
Lages conta com duas unidades de acolhimento institucional (abrigos municipais)
O acolhimento institucional tem como objetivo acolher crianças e adolescentes que por medida de proteção se encontram temporariamente afastados do convívio familiar e/ou com destituição do poder familiar. O serviço integra o nível de Proteção Social Especial de Alta Complexidade que por sua vez, possibilita a garantia de direitos e proteção para crianças e adolescentes em situação de risco e/ou com seus direitos violados.
Lages conta com duas unidades, conhecidos como abrigos municipais, os quais funcionam 24 horas, em turnos fixos diários de trabalhadores a fim de garantir estabilidade de tarefas de rotinas diárias. Os acolhimentos contam com a capacidade de aproximadamente 50 crianças e/ou adolescentes de zero a 18 anos. Atualmente os abrigos contam com 24 acolhidos.
Considerando o direito à convivência comunitária, previsto na Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, art.19, do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), bem como o princípio da proteção integral e o melhor interesse da criança e do adolescente.
Por Aline Tives