DEPOIS da realização de quatro consultas públicas para debater a criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas e dos Campos de Cima da Serra, acontece nesta terça-feira (06/05) na sede da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), reunião para planejar os próximos procedimentos e ações que visam barrar a proposta do Ministério do Meio Ambiente. As futuras ações serão, assim como foram as consultas públicas, realizadas em conjunto com os municípios do Rio Grande do Sul e extremo Sul de Santa Catarina.
O assessor de Meio Ambiente da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), prefeito de Bom Jardim da Serra, Rivaldo Macari, coordenará a reunião que abrirá com uma avaliação das audiências públicas realizadas semana passada. Na penúltima audiência houve a presença maciça dos prefeitos vinculados à Amures, lideranças políticas, pecuaristas e produtores rurais de toda a região.
Foi entre a noite de quarta-feira (30) e madrugada de quinta (01) da semana passada e reuniu mais de mil pessoas que lotaram o auditório do Centro de Ciências Agroveterinárias (Cav).
Organizada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), a consulta pública teve o objetivo de mostrar à comunidade a proposta e colher sugestões à cerca do projeto que é visto como uma ameaça à economia e à questão social da Serra Catarinense e Serra Gaúcha. Caso seja implementada, a proposta vai atingir quase 270 mil hectares, espalhados em três municípios gaúchos e 11 catarinenses.
O primeiro manifesto contra a criação do Refúgio da Vida Silvestre da forma como está sendo proposto, foi do prefeito de Bom Jardim da Serra, Rivaldo Macari, que falou em nome de todos os prefeitos dos municípios a serem atingidos. Segundo ele, Bom Jardim da Serra se necessário, vai deflagrar um processo de desobediência civil, para evitar a instalação do refúgio, enquanto não for solucionada a questão do Parque Nacional de São Joaquim. "Com estas duas unidades de conservação somadas, aproximadamente 60% do nosso município fica inviabilizado economicamente", justificou Macari.
Já o secretário do Desenvolvimento Econômico e Sustentável, que no ato representava o governador Luiz Henrique da Silveira, Onofre Santo Agostini, leu duas correspondências enviadas ao presidente da República Luiz Inácio da Silva, nas quais o governador reivindica o cancelamento das audiências, para uma análise mais aprofundada da proposta.
A audiência contou com a presença de autoridades como o senador Raimundo Colombo, deputados federais Fernando Coruja e Valdir Colatto, deputados estaduais, prefeitos e do Procurador da República, Jorgealém Nazareno Wolff. Os debates se estenderam até por volta das 3 horas da madrugada.