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Prefeitos querem a estadualização do hospital Nossa Senhora dos Prazeres

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     OS PREFEITOS da Amures nomearam nesta quinta-feira (18), uma comissão para levar ao governador Luiz Henrique da Silveira a situação da crise financeira do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres. E defenderam a intervenção e a estadualização do hospital.
Um diagnóstico da situação financeira do hospital foi apresentado pelo secretário de saúde de Lages, Juliano Polese. Os prefeitos são unânimes de que a emergência do Nossa Senhora dos Prazeres não deve fechar e seu custo operacional tem de ser assumido pelo Estado, como ocorre com unidades hospitalares de outras regiões.
O que deixa os prefeitos perplexos é a obscuridade como a direção do hospital apresenta informações referentes à crise. O primeiro valor do déficit para manter a emergência funcionando era R$ 200 mil. Depois R$ 170 mil e esta semana apresentaram uma conta no valor de R$ 590 mil mensal.
Só o ano passado foram repassados ao hospital R$ 14 milhões, sendo R$ 12 milhões federal, R$ 1 milhão do Estado e R$ 1 milhão de Lages. "Não se pode brincar com uma situação tão séria que é a saúde da população. Vamos ao governador e junto com a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto encontrar uma solução definitiva. Chega de medida paliativas", declarou o presidente eleito da Amures, Janerson Delfes Furtado, o "Teba".
A comissão que irá ao governador na semana que vêm, será formada pelos prefeitos Antônio Melo e Janerson Furtado, o secretário Juliano Polese e a presidente do Colegiado de Secretário de Saúde da região, Beatriz Rodrigues Montemezzo. Eles apresentarão os números da saúde na região e a situação financeira do hospital.
O presidente do Consórcio de Saúde da Amures, prefeito de Ponte Alta, Luiz Paulo Farias, disse que o hospital é patrimônio do Estado e a superação da crise tem de ser compartilhada. Os prefeitos correm contra o tempo e tem até dia primeiro de março para construir uma proposta. É que o corpo clínico do hospital avisou que suspenderá o serviço de sobreaviso o que inviabiliza o atendimento de emergência. A direção do hospital deu prazo até 20 de março para suspender o atendimento.
O prefeito em exercício de Lages, Luiz Carlos Pinheiro disse que será importante a participação do Ministério Público Federal para fortalecer a proposta de regionalização do hospital. A metade dos 18 prefeitos da Amures participou da discussão e assumiram o compromisso de por um ponto final na polêmica crise financeira do hospital.

Proposta do hospital é inviável argumentam os prefeitos

A proposta da direção do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres para manter o sobreaviso da emergência funcionando foi rechaçada pelos prefeitos. E foi encaminhada ao Ministério Público e informado da sua inviabilidade.
Para justificar o custo que antes era de R$ 170 mil e agora é de R$ 590 mil, a direção e o corpo clínico pede quatro especialidades com remuneração de R$ 80,00 a hora/plantão, mais R$ 10 mil para segurança dos profissionais por 24 horas.
A proposta por escrito prevê ainda, R$ 8 mil para duas enfermeiras em período noturno, o aumento de três para quatro técnicos, reforço de mais dois profissionais na ortopedia e mais R$ 190 mil especialidades em sobreaviso. Para os prefeitos o hospital está brincando, pois muda o valor a cada pedido.
O histórico apresentado pelos prefeitos revela que em 2000, o valor repassado ao hospital era de R$ 1 milhão. Ano passado estava em R$ 14 milhões. "É bom lembrar que esses recursos são federais, estaduais e municipais. Mesmo que tenha ampliado o atendimento é importante a transparência dos números. Os municípios não tem mais condições de tirar dinheiro dos cofres públicos", resumiu o prefeito Janerson Furtado.
A proposta dos prefeitos é clara. O Nossa Senhora dos Prazeres tem de ser estadualizado e junto o Hospital Infantil Seara do Bem, pois do contrário podem fechar por definitivo.