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Amures não abre mão da Ferrovia do Frango

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     A Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures) vai promover, na próxima sexta-feira (26), uma audiência pública para debater o traçado da Ferrovia da Integração (conhecida como Ferrovia do Frango).
O projeto inicial prevê que a ferrovia passe por Ponte Alta, o que traria benefícios para a região, mas a Associação dos Municípios do Planalto Norte (Ampla Norte), requereu que o traçado da mesma seja alterado e passe por Mafra, no norte do estado.
O empreendimento é conhecido como Ferrovia do Frango porque tem como principal objetivo escoar a produção de frango do Oeste para os portos no litoral do Estado. A audiência acontecerá no auditório da Universidade do Contestado, a partir das 13h30min.
Para a secretária executiva da Amures, Iraci Vieira de Souza, a ferrovia é extremamente importante para o desenvolvimento da região. "Hoje, a Serra é a maior produtora de sacos de papel do mundo e temos um grande volume de produção de madeira que sai daqui de caminhão. Com a ferrovia da integração, vamos ter a opção de escoar nossa produção para o porto de Itajaí, o maior do estado, o que facilita o processo de exportação e desafoga as rodovias", afirma.
O traçado original da ferrovia (que ainda não é o definitivo) prevê a implantação de parte dela em Ponte Alta e, para Iraci, caso isso mude, a região perderá uma excelente capacidade de desenvolvimento. "Isso porque próximo à ferrovia, que passará por Ponte Alta, tem Correia Pinto onde está o nosso único aeroporto regional".
A Amures está buscando o apoio das Associações de Municípios do Alto e Médio Vale do Itajaí, do Alto Vale do Rio do Peixe e da Região do Contestado, dentre outras, para se mobilizarem e pedirem ao governo do estado que respeite o traçado original. "Foi proposto que as associações envolvidas criem um abaixo assinado eletrônico. Não foi definida uma data, mas este mês será feito o lançamento. A intenção é conseguir um milhão de assinaturas e, para tal, faremos uma mobilização regional".

• Recentemente, o governador Raimundo Colombo afirmou que a Ferrovia do Frango não precisará passar por licitação para a execução da obra, pois deverá ser construída pelo 10º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC).
• A implantação da Ferrovia da Integração é responsabilidade do Governo Federal, mas ainda não foi definido quem será responsável pela sua manutenção. Inicialmente, o governo prevê uma a possibilidade de fazer parceria público privada.
• A Ferrovia da Integração servirá para escoar a produção de frango e leite do Oeste de Santa Catarina, papel, madeira e grãos da Serra e Planalto Sul. Os trens devem voltar para o interior do estado levando insumos, combustível, pedra brita e outros materiais que são consumidos por estas regiões.

Mafra quer um estudo de viabilidade

De acordo com o presidente da Associação dos Municípios do Planalto Norte (Ampla Norte) e prefeito de Mafra, Roberto Agenor Scholze, a Ferrovia da Integração sempre foi cogitada pelo Alto Vale, mas não existe nenhum projeto.
Segundo ele, neste momento a Ampla está solicitando que seja elaborado estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, nos moldes do Governo Federal, para saber se há possibilidade de que ela passe pelo Planalto Norte.
"Solicitamos este estudo para a nossa região porque a gente vê que a ferrovia traz muito progresso e desenvolvimento. O Planalto Norte é uma das regiões que tem o IDH mais baixo e, pensando que a ferrovia eleve o crescimento, ela seria positiva para região".

Benefícios

•Incrementar a economia do estado e cidades ao longo do eixo da ferrovia;
•Reduzir os acidentes nas rodovias e os custos de manutenção da infraestrutura rodoviária;
•Melhorar a qualidade de vida da população;
• Aumentar a renda interna da região, com a redução da pobreza;
•Oferecer novas frentes de trabalho.

Autoridades acreditam que ferrovia é a propulsão para o crescimento

A Ferrovia da Integração faz parte de uma estratégia da presidente Dilma Rousseff de adotar de um sistema de logística e infraestrutura eficiente. Com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Governo Federal investe pesado em rodovias e ferrovias, visando ao desenvolvimento acelerado e sustentável de todas as regiões.
A região da Amures não perde de vista o projeto, pois acredita que é uma alavanca para o desenvolvimento econômico da região. De acordo com o traçado original do projeto, Ponte Alta será o único município da Serra por onde o empreendimento deve passar.
O prefeito do município, Carlos Moraes, acredita e defende a implementação do empreendimento na região, que está localizada no centro do estado. "A Ferrovia vai dar um impulso grande na economia e no desenvolvimento. O transporte de grãos também será beneficiado", avalia.
O vice-presidente da Amures e prefeito de Correia Pinto, Vânio Forster, aponta as dificuldades que as empresas da Serra têm atualmente em operar pela BR-282 e crê que a Ferrovia do Frango pode auxiliar nisso.
"Se no futuro não conseguirmos junto ao governo federal uma melhoria nesta rodovia, e com a duplicação da BR-470, que já está prevista, vamos ficar mais uma vez isolados do restante do estado. A Ferrovia do Frango é imprescindível para a nossa região, precisamos nos mobilizar e buscar o apoio do governo do estado", analisa.
Para a ministra de Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti, com esta e outras ferrovias que estão previstas para o estado, Santa Catarina avançará no desenvolvimento econômico, beneficiando todas as regiões.
"O escoamento da produção terá uma logística eficiente, gerando emprego e renda. E eu, como catarinense, estarei monitorando e cobrando os órgãos competentes para que a obra cumpra os prazos legais, devido à importância da ferrovia para o Estado", afirma a ministra.

Duas novas ferrovias para Santa Catarina

A Velec – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A é responsável pelos estudos para a construção de duas novas ferrovias em Santa Catarina. Além da Ferrovia do Frango, também faz o estudo do prolongamento da Ferrovia Norte-Sul, de Panorama (SP) ou Dourados (MS), até o porto de Rio Grande (RS). Os traçados estão sendo definidos através de estudos de viabilidade técnica que devem ser concluídos até o final deste ano.
De acordo com a assessoria de imprensa da Valec, o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental da Ferrovia do Frango deve ser iniciado em junho de 2012 e concluído em fevereiro de 2014. Esta etapa vai custar R$ 7,76 milhões, verba proveniente do Governo Federal. Logo após será feito um estudo ambiental e entregue o relatório de impacto ambiental.

Ferrovia da Integração

Ligará Dionísio Cerqueira (extremo Oeste Catarinense) ao Porto de Itajaí e se conectará com a América Latina Logística S.A. – Malha Sul. Essa configuração permitirá o escoamento da produção pelos portos de Itajaí/SC ou Paranaguá/PR. Em Chapecó/SC, a ferrovia se conectará com a FNS e permitirá a integração com o porto de Rio Grande/RS.

Objetivo

• Reduzir o valor do frete e agilizar o transporte de cargas;
•Interligar as ferrovias;
•Proporcionar alternativa para o direcionamento de cargas para os portos de Paranaguá, Itajaí ou Rio Grande;
•Melhorar as condições de acesso aos mercados nacional e internacional, contribuindo para o aumento da produção agroindustrial da região.

Serão 862 km de ferrovia

R$ 7,76 milhões é o que irá custar o Estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA)

Fonte: CLMais