TCE/SC pode penalizar 62 prefeituras por falta de remessa dos dados bimestrais de 2013

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     O Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) constatou que 62 prefeituras catarinenses estão em atraso com a remessa de dados e informações referentes ao 2º bimestre de 2013 ao Órgão – responsável pela fiscalização das contas públicas do Estado e dos 295 municípios de Santa Catarina – e decidiu constituir processos individuais para apurar as causas da inadimplência e, se for o caso, responsabilizar os gestores, com a aplicação das sanções previstas na Lei Orgânica e no Regimento Interno do TCE/SC.
As prefeituras em atraso, que pleiteiam operações de crédito junto a instituições financeiras, ainda correm o risco de não obter financiamentos. O Tribunal de Contas necessita dos dados bimestrais para expedir a certidão que atesta o cumprimento das exigências previstas na Resolução 43/2001, do Senado Federal, para realização de operações dessa natureza, e no Decreto Estadual nº 307/2003 – que disciplina a celebração de convênios – em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal (lei complementar nº 101/2000). De acordo com a Resolução do Senado, a certidão expedida pelo Tribunal é documento indispensável nos processos que tratam de pedidos de autorização para a realização de operações de crédito, encaminhados ao Ministério da Fazenda.
Segundo o levantamento da Diretoria de Controle dos Municípios (DMU), unidade do Tribunal que analisa os resultados das contas da Administração Pública Municipal, as 62 prefeituras estão com a remessa das informações pendentes junto ao Sistema de Fiscalização Integrada de Gestão (e-Sfinge), desde o dia 5 de junho – prazo final para o cadastramento e envio dos informes de março e abril/2013.
A Instrução Normativa N.TC-01/2005 determina que as unidades fiscalizadas têm até cinco dias para confirmar as informações cadastradas no sistema, após o prazo final de remessa. Para autuação dos processos individuais, foi considerado como parâmetro a situação irregular verificada no dia 31 de julho.
A partir do envio, a cada bimestre, de informações relacionadas ao planejamento municipal, execução orçamentária, contabilidade, atos jurídicos e de pessoal, o sistema informatizado do TCE/SC gera um balancete contábil. O e-Sfinge devolve, automaticamente, esse documento, para conferência e assinatura eletrônica com certificado digital, pelo gestor – o prefeito no caso dos Executivos municipais – e pelo contador da unidade fiscalizada.

Controle social

"A falta de remessa das informações retarda todo o processo de análise e deliberação da matéria pelo TCE/SC e está na contramão do interesse público e do direito do administrado por uma boa Administração Pública", adverte o presidente do TCE/SC, conselheiro Salomão Ribas Junior. Além da questão relacionada à expedição de certidões, o presidente destaca como consequência negativa a ausência da adoção de medidas saneadoras pelos gestores, em tempo hábil, com base em eventuais determinações e recomendações do Órgão de controle externo.
Ribas Jr. lembra que o atraso também prejudica o acesso da população aos dados e informações atualizados sobre a gestão pública municipal. É com base nas remessas das unidades fiscalizadas, por meio do e-Sfinge, que as informações são publicadas no Portal do Cidadão (http://portaldocidadao.tce.sc.gov.br/homesic.php), disponível no site do Tribunal na Internet (www.tce.sc.gov.br). "O acesso a esses dados é fundamental para o pleno exercício do controle social", reitera o conselheiro.
Desenvolvido pelo TCE/SC, o e-Sfinge recebe, consolida e agiliza a análise dos dados sobre a gestão dos recursos públicos de cada município. As remessas bimestrais, por meio do sistema, ainda possibilitam a publicação e o acesso da sociedade a informações sobre receita, despesa, dívida pública, pessoal, licitações e contratos firmados, além do cumprimento dos limites constitucionais – saúde e educação – e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) pelos municípios catarinenses, por meio do Portal do TCE/SC.
A DMU registra que foram implementadas alterações, entre o final de 2012 e o início de 2013, em função da necessidade de envio de novos dados e informações pelas unidades municipais fiscalizadas. O detalhamento do controle das fontes de recursos e a remessa de informações relacionadas aos responsáveis por gerir recursos públicos estão entre as inovações nas remessas bimestrais. "O fato demandou naturalmente alterações nos sistemas informatizados utilizados pelos municípios", reconhece o titular da diretoria técnica, Kliwer Schmitt. No entanto, diante de mais de 60 dias de atraso na remessa dos dados do 2 º bimestre, a DMU propôs a autuação de processos individuais para adoção das medidas cabíveis e a iniciativa foi aprovada pela Presidência do TCE/SC.

Prefeituras da Serra Catarinense em atraso com a remessa dos dados ao TCE/SC

Unidade 2° Bimestre
11 Prefeitura Municipal de Bocaina do Sul Ausente
12 Prefeitura Municipal de Bom Jardim da Serra Ausente
40 Prefeitura Municipal de Otacílio Costa Ausente
42 Prefeitura Municipal de Palmeira Ausente
44 Prefeitura Municipal de Ponte Alta Ausente
54 Prefeitura Municipal de São Joaquim Ausente

Fonte: DMU/Relatório extraído do e-Sfinge em 31/7/2013.