Lideranças estiveram reunidas nesta segunda-feira (21) no gabinete do Prefeito Elizeu Mattos discutindo sobre os encaminhamentos para a viabilização da construção da Usina Hidrelétrica (UHE) Pai Querê. O procurador da República, Nazareno Jorgealém Wolff, representantes da empresa Votorantim Energia, o prefeito da cidade de Bom Jesus (RS), Frederico Arcari Becker, e o presidente da SCGás, Cosme Polese.
Em seu mais recente parecer, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vetou o projeto, planejado para o rio Pelotas, entre as cidades de Bom Jesus e Lages. Com argumentos de que o Ibama não está seguro quanto aos estudos ambientais apresentados, que englobam espécies ameaçadas e áreas de preservação que deveriam ter impactos minimizados, a decisão não é definitiva.
O Consórcio Empresarial Pai Querê (CEPAQ), integrado pela Votorantim, Alcoa e DME Empresarial, entrou com recurso para reverter a situação e conseguir o licenciamento do Ibama. O Consórcio terá o apoio dos prefeitos Elizeu Mattos e Frederico Becker, unindo força política e soluções técnicas para viabilizar a usina. "Os impactos ambientais serãobem menores que os que ocorreram em outras hidrelétricas da região, como a Baesa, além disso, temos a aprovação da população. Vamos levar a nossa posição, com o apoio do governador Raimundo Colombo, dos senadores Luiz Henrique da Silveirae Casildo Maldaner, e da ministra Ideli Salvatti, até a presidenta Dilma Rousseff, pois é muito importante a concretização do empreendimento para o desenvolvimento econômico da região", enfatiza Elizeu. Por sua vez, o prefeito de Bom Jesus viajará nesta terça-feira (22)a Brasília para uma audiência com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
CEPAQ apresenta nova proposta ao Ibama
O gerente de Meio Ambiente da Votorantim, José Raul Fabbri, destaca que a região nunca havia sido tão estudada em questões ambientais como agora. Entre as exigências do Ibama para licenciar o empreendimentoestá o compromisso de proteção das florestas dos dois Estados e implantação de um corredor ecológico.
A criação de uma unidade de conservação do rio Pelotas, denominada "Refúgio da Vida Silvestre", foi proposta pelo Ministério do Meio Ambiente como forma de compensar os danos ambientais causados pelas hidrelétricas. De acordo com o projeto, a unidade inicia junto ao reservatório de Barra Grande e segue incorporando florestas das encostas do rio, campos de altitude e banhados próximos, alcançando o Parque Nacional de São Joaquim, ao norte, e chegando ao Parque Nacional Serra Geral, ao sul.
A criação do Refúgio englobaria cerca de 270 mil hectares de áreas de conservação, gerando custos muito altos. Como alternativa, o Consórcio Empresarial Pai Querêpoderá apresentar nova proposta. De acordo com estudos, seriam criados mosaicos com unidades de preservação que se conectariam ao reservatório da usina, que serviriam como suporte para o resgate da fauna atingida pela parte alagada da hidrelétrica. Ao todo seriam cinco unidades, abrangendo áreas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, somando aproximadamente 16 mil hectares. Uma delas seria na Coxilha Rica, onde existem florestas de araucárias a serem preservadas.
Fonte: Comunicação Prefeitura de Lages