Seminário de Comunicação Pública diagnostica setor e discute caminhos possíveis e tendências profissionais

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A AMUREL foi sede nessa sexta-feira, 7, do 1º Seminário Regional de Comunicação Pública, evento que ela mesmo promoveu, em parceria com a Associação de Municípios da Região Carbonífera – Amrec e os colegiados regionais de assessores de comunicação das duas associações de municípios. O auditório da entidade lotou por um público ávido em conhecer e trocar idéias sobre os vários temas propostos, com os quase 20 palestrantes, painelistas e mediadores convidados. “Todos os profissionais vieram sem nenhum cachê, o que mostra que o setor da comunicação pública não só precisa deste debate como quer fazer esta discussão acerca do que praticamos na comunicação pública, e dos rumos que precisamos seguir”, avalia o assessor de comunicação da AMUREL, Álvaro Dalmagro, que coordenou a comissão organizadora do evento, formada por outros cinco profissionais dos municípios.

Durante a solenidade de abertura o prefeito de Tubarão, João Olavio Falchetti, falou sobre a importância de integrar o público na discussão sobre os desafios das diferentes mídias. O prefeito desejou que as discussões deste dia gerassem propostas concretas e profundas análises do tema. “Busquem, como foco de uma comunicação ética e profissional, a imparcialidade, como direito de ampla e igual defesa às partes envolvidas no processo interativo de uma comunicação pública que precisa ser mais rápida, atual e dinâmica, com igualdade de condições de propagação e defesa em todas as mídias”, disse ele.

Além do prefeito, formaram a mesa de abertura o diretor executivo da AMUREL, Celso Heidemann; o promotor de Justiça Samuel Dal-Farra Naspolini, o assessor de comunicação da AMUREL, Álvaro Dalmagro, o assessor de comunicação da Amrec, Antônio Rozeng; o presidente do Colegiado de Comunicação da AMUREL e assessor de comunicação de Santa Rosa de Lima, André Biachini e a presidente do Colegiado de Comunicação da Amrec e assessora de comunicação de Treviso, Cristiane Freitas.

O fortalecimento do setor por meio de iniciativas como esta também foi ressaltado pela presidente do colegiado de comunicação da Amrec, Cristiane Freitas e pelo presidente do Colegiado da AMUREL, André Bianchini. “Antigamente o assessor de imprensa era simplesmente visto como o marketing da prefeitura, hoje ele agregou muito mais funções, hoje o assessor é de comunicação e suas funções vão além da mediação com a imprensa”, comentou.

 

A divulgação das ações do governo e a lei

A palestra do promotor de justiça Samuel Dal-Farra Naspolini, coordenador da Vara de Moralidade Administrativa do Ministério Público de Santa Catarina abriu os trabalhos e ganhou a atenção das mais de 60 pessoas presentes. O promotor elencou casos mais freqüentes de irregularidades cometidas por agentes públicos e políticos na divulgação das ações de suas gestões, mas também citou casos positivos que, segundo ele, merecem ser seguidos na administração pública. A caracterização de uso do dinheiro público para promoção pessoal é um assunto que tem frequentemente pautado o debate de agentes políticos, procuradores jurídicos dos municípios e, principalmente, o Ministério Público.

Cláudia Regina Sardá Vieira, gerente de Contas dos Correios falou em seguida, sobre logística postal. Cláudia, que estava acompanhada de pessoas as regionais de Tubarão, Criciúma e de Florianópolis mostrou ao público estratégicas de gestão e marketing da instituição e os desafios enfrentados pela empresa diante das mudanças tecnológicas na era digital.

As dificuldades no processo de licitação de agências de publicidade pelos órgãos públicos e a importância delas na comunicação pública foi a temática da mesa redonda que sucedeu a participação dos Correios.

Jaírton Manique Barreto, da agência Shopping de Ideias, de Criciúma, Alcir Silva, diretor da rádio comunitária ACB, Braço do Norte, e dono do jornal No Ponto, no mesmo município, além de ex-proprietário da agência Publimarketing foram os palestrantes. O debate contou ainda com a mediação do jornalista e secretário especial de Comunicação da prefeitura de Imbituba, João Batista Coelho Júnior e do também jornalista e assessor, André Ávila Bianchini, Mosca, como é conhecido no meio. O debate permitiu o confronto e análise de idéias acerca de diferentes comportamentos e situações que envolvem as agências, a necessidade de divulgação dos órgãos públicos, a realidade do mercado e a nova lei sobre o assunto.

 

Tarde começou com diagnóstico estadual

Após a parada para o almoço, as atividades recomeçaram com a apresentação de um diagnóstico das assessorias de comunicação nos municípios catarinenses, feita pela presidente do Colegiado de Assessores de Comunicação de Santa Catarina Bruna Passos, que também é assessora de comunicação da Associação de Municípios da Foz do Rio Itajaí – Amfri. Bruna mostrou através de slides, percentuais e características do estado e das regiões das 21 associações de municípios, no que se refere às assessorias de comunicação dos municípios. Um levantamento mais apurado e completo já está em andamento e deverá ser apresentado nos próximos meses.

Redação versus Assessores

A relação entre assessores de comunicação e os profissionais das redações de jornais foi o tema da mesa redonda por chefes ou diretores de redação de quatro jornais diários: Jéssica Pereira, do A Tribuna, Andresa Piva, do Diário de Notícias, ambos de Criciúma, e Davi Goulart, do Diário do Sul e Priscila Loch, do Notisul, ambos de Tubarão. O debate teve a participação do jornalista e assessor na condição de mediador.

Nesta, que foi uma das mesas redondas mais aguardadas, a fala dos profissionais mostrou o que pensa cada um deles sobre questões éticas do relacionamento com fontes e assessores de comunicação, a interferência do setor comercial nas redações, práticas saudáveis ou não recomendáveis que os redatores apontam e qualidades e erros que assessores de imprensa praticam com mais freqüência. Os 20 minutos destinados a perguntas do público (a esta altura formado basicamente por assessores de comunicação) foram pouco para tantos questionamentos da plateia, e ficou o sentimento de que o tema mereceria pelo menos um seminário inteiro apenas para ele. “Apesar da discordância sobre vários aspectos, a discussão foi válida e acrescentou conhecimento”, disse a jornalista e assessora de comunicação de Forquilhinha, Carla Giassi.

 A participação de Alícia Alão, gerente de redes sociais na Secretaria de Estado de Comunicação de Santa Catarina, e de Júlio Cancellier, jornalistas e especialistas em novas tecnologias de comunicações e mídias sociais e digitais também foi muito aguarda. Ambos expuseram um pouco de seus trabalhos na atualidade e falaram sobre novas tecnologias na comunicação, alternativas, ferramentas, aplicativos, e formas de produção e veiculação de conteúdo. Alícia se ateve também ao tema Facebook institucional. As palestras tiveram a mediação do jornalista Antônio Rozeng, assessor de comunicação da Amrec.

Dois entre os mais renomados fotojornalistas do estado, Ulisses Job e Maurício Vieira fecharam o ciclo de palestras e debates do seminário, então com uma platéia um pouco reduzida se comparada a do início da manhã, mas igualmente atenta e em busca de novos conhecimentos ou de reciclagem. O que fazer e o que não recomendável fazer nas assessorias de comunicação e pelos assessores quanto ao material fotográfico produzido pelas assessorias. Mais uma vez a participação do público foi intensa e o debate bastante produtivo. As palestras e o seminário terminaram com um ato que os fotojornalistas abominam às assessorias: uma foto posada do grupo. “Muito rico este seminário. Levo para Palma Sola e para minha região muitos conhecimentos adquiridos aqui e também a sugestão de palestrantes e de temas para serem tratados no nosso seminário, que certamente também faremos”, Gabriela Hoff, assessora de comunicação da prefeitura de Palma Sola, que também representou a Associação dos Municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina – Ameosc.

 

Agentes políticos

Além de Gabriela, a região do Extremo Oeste estava representada pelo presidente da câmara de Quilombo, Dianei Fortti, um dos poucos agentes políticos presentes. Além dele, estiveram presentes os prefeitos, de Tubarão, Olávio Falchetti, e de Pedras Grandes, Antônio Felippe Sobrinho, e os vice-prefeitos de São Ludgero, Ibaneis Lembeck, e de São Martinho, Robson Back.

O evento contou também com o apoio da prefeitura de Tubarão e o patrocínio dos Correios.