Uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta quarta-feira (4), mostra que 57,3% das principais rodovias do país têm alguma deficiência. O levantamento avaliou mais de 100 mil quilômetros de rodovias, incluindo toda a malha federal e os principais trechos de rodovias estaduais pavimentadas.
Em números detalhados sobre o estado geral, 22,4% das vias foram avaliadas como ruins ou péssimas: 6,3% das em péssimo estado; e 16,1% em estado ruim. Outras 34,9% foram classificadas como regular. A análise indicou que 42,7% estavam em condições adequadas de segurança e desempenho, com classificação de ótimo (12,5%) ou bom (30,2%). (Veja ao final da reportagem o ranking dos melhores e piores trechos do país)
O resultado é melhor nas rodovias concedidas à iniciativa privada, que tiveram 78,3% das vias classificadas como ótimas ou boas e 21,7% como regulares, ruins ou péssimas. Nas rodovias sob gestão pública, 31,4% foram consideradas ótimas ou boas e 65,9% regulares, ruins ou péssimas.
A Pesquisa
O mais completo estudo sobre as condições das rodovias brasileiras chega neste ano à sua 19ª edição e ultrapassa 100 mil quilômetros avaliados. Nas duas últimas décadas, a Pesquisa CNT de Rodovias vem oferecendo um criterioso levantamento da qualidade do Estado Geral, do Pavimento, da Sinalização e da Geometria da Via de toda a malha federal pavimentada e dos principais trechos estaduais também pavimentados.
Por meio deste instrumento já consolidado, temos indicado o caminho que o Brasil precisa percorrer para melhorar a sua infraestrutura rodoviária. Ao identificar os problemas e apontar o que é necessário para a adequação do transporte rodoviário, contribuímos para promover a eficiência das operações dos transportadores, a competitividade do país e a segurança de passageiros e motoristas.
A série histórica revela a necessidade de priorizar o setor. Ao longo desses 20 anos, os investimentos destinados à área se mostraram insuficientes para assegurar qualidade em larga escala a nossas rodovias. O levantamento atesta a diferença entre rodovias concessionadas, que dispõem de estrutura satisfatória, e as públicas, que ainda sofrem com inadequações que impactam diretamente no custo operacional dos veículos e oferecem mais riscos aos usuários.
As indicações da Pesquisa CNT de Rodovias são uma referência para a definição e aplicação dos recursos de forma eficaz. Acreditamos que, ao oferecer tal avaliação, colaboramos com os transportadores rodoviários de cargas e de passageiros, permitindo o planejamento estratégico do setor de transporte e, por consequência, para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
Objetivos
A Pesquisa CNT de Rodovias tem como objetivo geral a avaliação das características das rodovias pavimentadas brasileiras que afetam, direta ou indiretamente, a segurança e o desempenho oferecidos aos usuários do sistema rodoviário nacional – em relação ao Pavimento, à Sinalização e à Geometria das Vias. A análise desses três elementos resulta na classificação do Estado Geral das rodovias pesquisadas.
De modo complementar, os objetivos específicos da pesquisa são:
– servir de instrumento de diagnóstico da malha rodoviária do Brasil;
– identificar as deficiências da malha rodoviária pavimentada e registrar os pontos críticos nela existentes;
– classificar as rodovias, considerando as distintas situações viárias: por tipo de gestão (pública ou concedida), por estado e região geográfica, por corredor rodoviário e por tipo de rodovia (federal ou estadual);
– identificar, às margens das rodovias, trechos com infraestruturas de apoio disponíveis para os usuários;
– oferecer a transportadores rodoviários elementos ao planejamento de rotas;
– difundir informações sobre a qualidade da infraestrutura rodoviária brasileira;
– constituir série histórica de informações rodoviárias no País; e,
– subsidiar estudos para que políticas setoriais de transporte, projetos privados, programas governamentais e atividades de ensino e pesquisa resultem em ações que promovam o desenvolvimento do transporte rodoviário de cargas e de passageiros.
Com informações: G1