A indicação geográfica é um registro de propriedade intelectual que confere aos Vinhos de Altitude de Santa Catarina a garantia da procedência e qualidade condizentes com o clima, o solo, as uvas e o trabalho humano característico do território de origem.
Os franceses diriam que é a garantia de um genuíno vinho terroir, que chega ao consumidor brasileiro com o Selo da Indicação de Procedência (IP), após criteriosa avaliação.
Quem aprecia vinhos de qualidade busca produtos com equilíbrio, complexidade e intensidade, aliados à características singulares e únicas da região de produção. É por meio da Indicação de Procedência, que se garante aos vinhos a excelência exigida pelo consumidor.
Esta é a segunda edição de análise dos Vinhos de Altitude desde 2021, quando a região conquistou o registro desta indicação geográfica, se igualando ao mérito concedido aos mais renomados vinhos no mundo como Champagne na França e Toscana na Itália. Dentre outros critérios a análise físico química e a análise sensorial às cegas certificou 40 vinhos de 13 vinícolas catarinenses para receberem o Selo de Indicação de Procedência (IP).
Entre os vinhos certificados estão: 23 tintos, 10 brancos, 5 espumantes e 2 rosés. Os produtos foram elaborados com mais de 20 variedades de uvas. “As clássicas francesas Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Pinot Noir, Chardonnay, Sauvignon Branc e, as italianas como Montepulciano, Sangiovese, Vermentino e Ribolla Gialla e, como novidade, a portuguesa Alvarinho”, explica o pesquisador da Epagri e coordenador da comissão de degustação, Vinícius Caliari.
Participaram da avaliação vinhos de altitude das safras 2020, 2021 e 2022. Para receber o Selo de Indicação de Procedência (IP), além da avaliação sensorial, os vinhos precisam ser produzidos respeitando algumas regras como: produtividade máxima de 7.000 litros de vinho por hectare, elaboração do produto dentro da demarcação e indicação de safra contendo no mínimo 85% de vinho do ano mencionado.
O processo de avaliação realizado se restringe ainda as vinícolas estabelecidas na região de Altitude de Santa Catarina, que compreende as regiões da Serra, do Planalto e do Contestado. O território abrange uma área com 29 municípios que corresponde a 20% do território catarinense. Para o pesquisador Vinícius Caliari, a Associação Vinhos de Altitude – produtores e associados está em processo de consolidação do selo. “Os vinhos de altitude já possuem registro no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), passaram pela segunda degustação e premiação do segundo Selo, o que reforça que a entidade está em um processo de fortalecimento da Indicação Geográfica de Procedência”, complementa.