O Sebrae/SC, em conjunto com a Adrel, colabora no fomento da iniciativa e da valorização cultural e história das casas subterrâneas
São José do Cerrito, um pequeno município da Serra Catarinense, com uma população em torno de 8,7 mil habitantes, distante 65 quilômetros de Lages, está em ascensão no turismo e começando a ser descoberto pelos empreendedores e pelos próprios turistas. O município atua na promoção dos vários equipamentos existentes. Um deles, juntamente com a Agência de Desenvolvimento da Região dos Lagos (ADREL) e com o Sebrae/SC fomenta o projeto das casas subterrâneas, como um dos maiores atrativos em algumas localidades do interior.
Somente na Fazenda Senhor do Bom Fim, são as cerca de 130 casas subterrâneas. São vestígios de verdadeiros sítios arqueológicos de mais de mil anos, onde casas eram feitas em buracos cavados no chão, ainda preservados e bem visíveis. Acredita-se que estes sítios tenham servido como um abrigo artificial para seus moradores, similares às casas de aldeias indígenas atuais. A diferença está no fato de que as paredes da casa terem sido formadas pelo solo cavado.

As casas subterrâneas eram dos antepassados dos índios Xokleng e Kaingang, historicamente conhecidos como Botocudos, que ficaram célebres por sua resistência quando a colônia de Blumenau foi colocada bem no meio do seu território. Na localização, em meio à mata, é possível observar os sulcos no chão, onde eram as casas subterrâneas. Um local envolto de misticismo, pois, ao redor, não se ouve nenhum canto de pássaros. O silêncio é absoluto. As visitas aos vestígios das casas, na forma em que estão, podem ser feitas em horários pré-determinados.
Réplicas das casas subterrâneas serão construídas
Por ter a maior concentração de casas subterrâneas de Santa Catarina, a Fazenda Senhor do Bom Fim, também conhecida como Recanto das Águias está trabalhando na construção de réplicas. Conforme explica o ex-diretor de turismo do Cerrito, Amauri Bittencourt, o projeto irá fortalecer especialmente a questão cultural e resgatar a história. “Os vestígios dos povos indígenas e o protótipo edificado, deverão atrair ainda mais turistas para a região”, salienta.
O Sebrae/SC tem dado suporte à ideia das réplicas. O gerente regional da Serra, Altenir Agostini, aponta ser um projeto bastante interessante, por ser mais um atrativo existente na região, bastante diferenciado. Se formos analisar os atrativos dos municípios da Serra Catarinense, cada um deles tem algo especial, e eles se complementam. “As casas subterrâneas, no Cerrito, têm todo um contexto único do histórico e cultural, de resgate dos nossos antepassados”, completa.
O proprietário da área onde estão localizados os vestígios das casas subterrâneas, Arildo Medeiros, explica que a implantação do projeto das réplicas ainda depende de liberação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, para depois concluir e abrir para a visitação. Uma empresa com experiência na execução desses projetos atua junto ao IPHAN, de forma alinhada.

Segundo Arildo, além de um grande investimento, o projeto precisa superar a demora das barreiras burocráticas, mas que podem ser alcançadas ainda este ano, e assim, iniciar a implantação do projeto nos primeiros meses de 2025. “Tudo está sendo possível graças à esta relíquia ter sido preservada pelos meus bisavôs e avôs. Depois do projeto pronto, a expectativa é de que o turista possa vivenciar a experiência como era no passado. Os buracos, onde existiam as casas, não dão a verdadeira dimensão de como era dentro do contexto histórico”, evidencia.
Capital das Casas Subterrâneas
O Governo do Estado de SC concedeu ao município de São José do Cerrito o título de Capital Catarinense das Casas Subterrâneas, a partir de lei sugerida pelo deputado Marcius Machado (Lei Ordinária 18.202, de 13 de setembro de 2021). O mesmo título também foi concedido nacionalmente, através do PL 1.487/22, da deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania).
A Fazenda
A Fazenda Senhor do Bom Fim, na localidade de do Rincão dos Albinos está apta ao turismo rural. O velho casarão de madeira de dois andares, e as demais estruturas foram completamente adaptadas, e, desde março deste ano, quando foi inaugurada oficialmente, se transformou na mais nova hospedaria da Região. Mesmo com as reformas, os espaços para hospedagem ficaram preservados nos detalhes originais da fazenda, com a manutenção da arquitetura nos moldes de antigamente.
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